segunda-feira, 14 de maio de 2012

A PAIXÃO DA INFÂNCIA - The Monkees

O seriado das tardes, após a escola, tomando lanche, aos 8 ou 9 anos, era o The Monkees, da década de 60. Eles eram uma banda bastante atrapalhada, mas charmosinhos demais, apesar de não muito bonitos. Há pouco tempo, o Davy Jones morreu e foi revelado que eles não tocavam na verdade. Foram fabricados para fazer frente aos Beatles. Mas eles eram lindinhos e uma música que eles cantavam faz parte da trilha do Shrek I, no final da história. Lindos!!!!!!

Página da Revista Cláudia, sem data, final da década de 80.

O VIOLÃO AMARELO - a música abrindo espaço

Quando tínhamos 2 anos ganhamos violõezinhos de plástico, que mais pareciam cavaquinhos, não só por causa do tamanho mas pela quantidade de cordas. Eram amarelos. Como assistíamos o programa da jovem guarda na televisão, semanalmente, vivíamos "tocando" e cantando junto com Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Vanderléia. E dançando também, é claro!

 No quintal da casa vizinha.
 No jardim da casa em que morávamos.

Tocando para as visitas: Vó Carmem e Vô Antonio, que eram muito queridos, Vô Nono (meu bisavô Henrique) e nossa Vó Maria, na garagem da casa onde morávamos. As cadeiras e a mesa eram um conjunto de madeira, em cor verde, muita bacana, e durou bastante na nossa nova casa. O encosto reclinava e brincávamos muito nelas. Usávamos a mesinha pra brincar de casinha, desenhar, pintar, montar quebra-cabeça e jogar.

OS BOLOS DE ANIVERSÁRIO - outra arte da Vó Maria

Nossa querida vovó caprichava nos pratos e sua competência ia da terrível prática de matar o frango até a mesa posta. A gente assistia a tudo isso. Os doces de figo, abóbora, mamão, cidra... deixados ao sol para secar... as massas que ela mesma preparava e a gente ajudava a montar os capeletes, pãezinhos, pastéis... as sopas que estavam em todos os jantares, cada dia uma receita diferente.

Mas esta arte aparecia mais ainda nos aniversários. Ela criava com um prazer, um cuidado, que respeitosamente invejo.

Nosso bolo de 1 ano (Lúcia e Inês), com duas bonecas de plástico vestidas com saia de bolo e glacê. Meus pais "tentavam" nos segurar e os parentes cantando parabéns.
 A casa de João e Maria, no bolo de 2 anos, feita com confeitos, telhado de bolacha e os personagens devidamente vestidos pela vovó. Olha a animação da Ana! Acho que quem assoprava a velinha era a Inês!
Neste bolo um grande palhaço feito com bola de isopor (creio eu), enfeitou nossa comemoração de 3 anos.
Da esquerda para a direita: Vó Maria com Ana abaixo dela, meu bisavô Henrique de Oliveira (pai da Vó Maria), minha mãe, nossas vizinhas Marisa e a filha Marina (onde você está agora?) e a prima Roseli. Nós estávamos cansadinhas, pelo jeito, mas Ana continuava animada.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A MÚSICA NA FAMÍLIA

Quando meu avô materno se foi, em 1975, com 65 anos, algumas histórias começaram a ser reveladas. Então comecei a entender porque ele vivia assobiando, fazendo sons de batucada com os dedos na palma da mão, descascando a madeira do apoio de braço da poltrona onde se sentava, com as unhas, de tanto batucar... me lembro de encontros familiares, quando era pequena, com tios cantando em duas vozes, caixinhas de fósforo servindo de percussão, discos de vinil na vitrola de casa, daquelas de armário, de um lado o rádio e do outro o toca disco... Quem era músico era mal visto, então meu vô Miro parou de tocar após se casar e se dedicou exclusivamente ao ganha pão. As batucadas e assobios indicavam que a música fazia falta em sua vida, mas seu passado de baterista de Jazz Band e percussionista da Banda ficou omitida até sua morte, pelo menos para nós que vivíamos com ele.
Uma banda formada pelo meu bisavô, Maestro Ágide Azzoni, cujo nome foi dado a uma rua de Campinas, na Chácara da Barra, iniciava, de certa forma, a história musical da minha ascendência materna.
Do lado paterno, me lembro desde criança de meu avô tocando clarineta, quando viajávamos para Ariranha onde meus avós moravam.

 Banda Carlos Gomes (que não é a mesma que existe e tem sede na Benjamin Constant), fundada pelo meu bisavô italiano, Maestro Ágide Azzoni, sentado ao centro, com a batuta na mão.

 Meu avô paterno, Hermes Bachiega, ao Centro, numa foto de 1921.
Detalhe: Per ricordo, nel giorno di Natale 1921, in piena armonia gli amici si fotografarono. Laranjal.

  Meu avô paterno, Hermes Bachiega, tocando percussão numa banda da cidade em que morava.


 Meu avô paterno (Hermes) arranhando o violão, meu pai atrás, meu avô materno (Miro)e meu querido tio Dadá, que tem uma linda voz e um CD gravado e copiado por seu cunhado para deleite da família.

Vô Hermes e vô Miro dando uma canja.

Detalhe: foi neste violão que aprendemos (eu e minhas irmãs) a tocar, em 1976 e é neste mesmo violão que meu filho começará a tocar em breve.

O vô Miro, assim como seus irmãos, criavam canários. Ele assobiava o tempo todos para eles. Quando nascia filhotes, a gente ajudava a trocar o ninho sujo. Ele colocava os bebezinhos meio peladinhos nas nossas mães em concha, pegava um ninho limpo e os devolvíamos para a gaiola. No dia em que ele se foi, um canário foi com ele.